quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Resenha Espiritual - Depoimento Mediúnico de Judas

Depoimento Mediúnico de Judas



A primeira vez que vi o Rabi Galileu, foi na praia de Cafarnaum falando a multidão. Ele falava que além do Reino da Terra havia um mais importante; O Reino de Deus. A mim me pareceu meio fantástico e achei que acreditar naquilo era para os ingênuos. Simpatizei com ele, porém e resolvi abrir-lhe os olhos para o mundo.Hoje bem sei da minha pretensão.

Ao termino da pregação procurei me aproximar, mas Simão bar Jonas me empurrou. Ele viu e me chamou. Não conseguia fita-lo no rosto. Havia qualquer coisa muito forte que me embaraçava e não achava palavras. Uma coisa, porém me marcou a partir daquele momento. A sua grande bondade. Disse que me recebia com alegria. Dali mesmo comecei a segui-lo. Assumi imediatamente a administração dos magros recursos amoedados do pequeno grupo.Olhando a multidão que nos seguia divisei logo que muitos recursos viriam. Isso me fascinou. Não tardou a me acusarem de ladrão, mas o Mestre continuava a confiar em mim e era isso que importava. O dinheiro não me interessava e sim o poder que ele fazia transparecer ante o grupo. Nunca roubei nem um centavo das coletas. A vida foi se passando e eu estava sempre ao lado Dele. O meu grande pecado era o orgulho e a vaidade de estar ao lado do Homem a que todos atribuíam ser o Messias. Barrabas me procurou. Estava envolvido nos preparativos de um grande golpe para destruir a organização do Sinedrio e até se vingar dos romanos pela tirania que infringiam ao povo judeu. Viu em Jesus a possibilidade de arregimentar um forte exercito, ou pelo menos a adesão da multidão que o seguia. A trama foi se organizando, mas fiquei sabendo que Barrabas, alvo de investigações, foi preso pelos Romanos. Isso me exasperou e me pós em campo para levar a diante a rebelião.

Acreditei seriamente que Jesus, dotado de grandes poderes se provocado reagiria e ai então teríamos até a possibilidade da libertação do povo judeu. Foi neste ponto que o Mestre me chamou a parte e de maneira muito doce me passou que o Reino do qual ele pertencia não se usava armas e sim instrumentos de perdão e serviço ao próximo. Pediu-me para deixar aos Romanos e ao Sinedrio o que eles tanto queriam porque para nos um Mundo mais permanente nos aguardava. Um Mundo onde não havia perdas, mortes, desespero e em que todos os que quisessem caberiam. Isso para mim era uma linguagem quimérica. Tinha de ser ali e agora. “A historia sorria para nos” e a vitória estava a olhos visto. Vi duas grossas lagrima rolarem da face de Jesus. Encerramos o assunto e me afastei. Decidi que poderia decidir por Ele. Tudo aquilo era muito bonito, mas pouco pratico e agredido Ele mudaria o quadro como fez no Templo com os vendilhões. Ele era um homem muito corajoso a ponto de enfrentar os poderosos e sempre tinha a palavra certa e transformadora.

Parti para traição. Maldita hora. Acertei com membros do Sinedrio que mostraria onde ele estava e o beijaria porque os soldados romanos convocados para missão eram novos em Jerusalém. As autoridades não confiavam nos antigos Muitos foram conquistados pelos ensinamentos Dele. Daí para diante a historia relata a seqüência de acontecimento que lembra-los, para mim, será sofrer tudo de novo Hoje, mais de 2000 anos após, aqui estou já recuperado graças o amparo que Ele me deu do lado daqui. Mas ainda marcado pela dor de ter falhado com a maior causa que já foi mostrada a humanidade. Espiei amargamente todos os meus erros tendo culminado pelos idos de 1400 quando, na França, morri numa fogueira após um julgamento tão injusto como sofreu o nosso Mestre. Lá fui também traído e depois santificado pelos meus próprios juizes.

Resumo de relatos contido no livro “Barrabás” de J.Herculano Pires (Edicel) - Pelo amigo Sergio Carneiro