quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Momento Espirita - Autoperdao e acao responsavel


Autoperdão e ação responsável

Suponhamos que a cada reencarnação recebemos do Criador um canteiro
com uma terra muito fértil, para plantar flores, durante toda nossa
vida.
Nascemos com as sementes das flores mas, ao invés de plantá-las,
arranjamos sementes de espinhos e as semeamos, enchendo nosso
canteiro de espinheiros.
vamos plantando os nossos espinhos, até o dia em que olhamos para
trás e percebemos um grande espinheiro.
Então, podemos ter três atitudes diferentes:
Se cultivamos o /culpismo/, devido ao remorso de não ter plantado as
flores que deveríamos, simplesmente nos condenamos a deitar e rolar
no espinheiro para nos punirmos, tentando aliviar a consciência de
culpa.
Se somos pessoas que cultivamos o /desculpismo, /começamos a dizer
que /foi o vento que trouxe as sementes de espinhos,//que não temos
nada a ver com isso/, etc.
Finalmente, se buscamosa /ação responsável/, ao perceber o
espinheiro, assumimos tê-lo plantado e arrependemo-nos do fato.
Depois, percebemos que as sementes das flores continuam em nossas
mãos e que podemos começar a plantá-las, agora que estamos mais
conscientes.
Ao mesmo tempo sabemos que devemos retirar, um a um, todos os
espinhos plantados e plantar uma flor no seu lugar.
* * *
Reflitamos sobre as três atitudes:
De que adianta cravar os espinhos plantados na própria carne? Por
que aumentar o sofrimento?
Por acaso os espinhos diminuem quando agimos assim? A verdade é que
não. De nada adianta. Este é o mecanismo dos que nos afundamos na
culpa e deixamos que ela comande nossas vidas.
Substituir os atos de desamor praticados à vida com mais desamor
ainda para conosco mesmos não resolve e não cura.
Por outro lado, pensando naqueles que ainda conseguimos achar
desculpa para todo e qualquer desatino, por mais absurdo que ele
pareça, veremos:
Os que fingimos que o espinheiro não tem nada a ver conosco, apenas
estamos postergando o despertar da consciência.
Agindo assim, muitas vezes continuamos plantando mais e mais
espinhos, fazendo com que o estrago fique cada vez maior.
O hábito de sempre encontrar desculpas e justificativas para todas
nossas ações tem caráter doentio e precisa de atenção imediata
de nossa parte.
O ego, em fuga desastrosa, procura justificar os erros mediante
aparentes motivos justos. Tal costume degenera todo senso moral e
pode nos levar a desequilíbrios psicológicos seríssimos.
Apenas a última opção, a da ação responsável, é caminho
seguro.
É uma atitude proativa, pois ao assumir a responsabilidade pelos
espinhos plantados, arrependemo-nos e buscamos substituí-los pelas
flores.
Nesse ato /cobrimos a multidão de pecados/, conforme o ensino da
Epístola de Pedro, referindo-se ao poder de cura do amor.
Assim crescemos, aprendemos e ressarcimos à Lei maior.
* * *
Sempre que cometermos erros, procuremos nos autoperdoar, atendendo à
proposta da ação responsável, que troca o peso da culpa pela carga
educativa da responsabilidade.

/Redação do Momento Espírita com base no cap. 3 da obra
/Psicoterapia à luz do Evangelho de
Jesus/, de Alírio de Cerqueira Filho, ed. Ebm./


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Ricardo Severino
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