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From: momento espirita <momento@momento.com.br>
Date: Mon, 7 May 2012 23:24:54 -0300
Subject: [Momento em casa] - As profissoes de minha mae
To: rsilhabela@hotmail.com
*As profissões de minha mãe*
Minha mãe foi, com certeza, a mulher que mais profissões exerceu em
toda sua longa vida, sem ter sequer concluído o curso fundamental.
Tudo que ela aprendeu foi nas primeiras quatro séries que cursou,
quando criança. Contudo, era de uma sabedoria sem par.
Descobri que minha mãe era uma decoradora de grandes qualidades, à
medida que eu crescia e observava que ela sempre tinha um local no
melhor móvel da casa, para as pequenas coisas que fazíamos na
escola, meu irmão e eu.
Em nossa casa, nunca faltou espaço para colocar os quadrinhos, os
desenhos, os nossos ensaios de escultura em barro tosco.
Tudo, tudo ganhava um espaço privilegiado. E tudo ficava lindo, no
lugar que ela colocava.
Descobri que minha mãe era uma diplomata, formada na melhor escola
do mundo (nosso lar), todas as vezes que ela resolvia os pequenos
conflitos entre meu irmão e eu.
Fosse a disputa pela bicicleta, pela bola, pelo último bocado de
torta, de forma elegantemente diplomática ela conseguia resolver. E
a solução, embora pudesse não agradar os dois, era sempre a mais
viável, correta, honesta e ponderada.
Descobri que minha mãe era uma escritora de raro dom, quando eu
precisava colocar no papel as ideias desencontradas de minha
cabecinha infantil.
Ela me fazia dizer em voz alta as minhas ideias e depois ia me
auxiliando a juntar as sílabas, compor as palavras, as frases, para
que a redação saísse a contento.
Descobri que minha mãe era enfermeira, com menção honrosa, toda
vez que meu irmão e eu nos machucávamos.
Ela lavava os joelhos ralados, as feridas abertas no roçar do arame
farpado, no cair do muro, no estatelar-se no asfalto.
Depois, passava o produto antisséptico e sabia exatamente quando
devia usar somente um pequeno band-aid, o curativo ou a faixa de
gaze, o esparadrapo.
Descobri que minha mãe cursara a mais famosa Faculdade de
Psicologia, quando ela conseguia, apenas com um olhar, descobrir a
arte que tínhamos acabado de aprontar, o vaso que tínhamos
quebrado.
E, depois, na adolescência, o namoro desatado, a frustração de um
passeio que não deu certo, um desentendimento na escola.
Era uma analista perfeita. Sabia sentar-se e ouvir, ouvir e ouvir.
Depois, buscava nos conduzir para um estado de espírito melhor,
propondo algo que nos recompusesse o íntimo e refizesse o ânimo.
Era também pós-graduada em Teologia. Sua ciência a respeito de
Deus transcendia o conteúdo de alguns livros existentes no mundo.
O seu era o ensino que nos mostrava a gota a cair da folha verde na
manhã orvalhada e reconhecer no cristal puro, a presença de Deus.
Que nos apontava a fúria do temporal e dizia: /Deus vela. Não se
preocupem./
Que nos alertava a não arrancar as flores das campinas porque
estávamos pisando no jardim de Deus. Um jardim que Ele nos cedera
para nosso lazer, e que devíamos preservar.
Ah, sim. Ela era uma ecologista nata. E plantava flores e vegetais
com o mesmo amor. Quando colhia as verduras para as nossas
refeições, dizia: /Não vamos recolher tudo. Deixemos um pouco para
os passarinhos. Eles alegram o nosso dia e merecem o seu salário./
Também deixava uns morangos vermelhinhos bem à mostra no canteiro
exuberante, para que eles pudessem saboreá-los.
Era sua forma de manifestar sua gratidão a Deus pelos Seus cuidados:
alimentando as Suas criaturinhas.
Minha mãe, além de tudo, foi motorista particular. Não se cansava
de ir e vir, várias vezes, de casa para a escola, para a biblioteca,
para o dentista, para o médico, para o teatro e de volta para casa.
Também foi exímia cozinheira, arrumadeira, passadeira, babá. E
tudo isto em tempo integral.
Como ela conseguia, eu não sei. Somente sei que agora ela está na
Espiritualidade. E Deus, como recompensa, por tantas profissões
desempenhadas na Terra, lhe deu uma missão muito, muito especial: a
de anjo guardião dos filhos que ficaram na bendita escola terrena.
/ Redação do Momento Espírita, em homenagem à sra. Hilda
Elisabeth Dalpian Marcon, mãe da redatora
Disponível no CD Momento
Espírita, v. 12 e no livro Momento Espírita, v. 6, ed. Fep.
Em 07.05.2012./
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