Quem é o mais forte?
Era uma vila simples, perdida entre as montanhas. Ali não havia
muitas distrações.
A vida seguia seu ritmo entre estudo, trabalho, as questões
domésticas, educação dos filhos. Vidas simples, onde grande parte
da população vivia do trato da Terra.
Talvez por isso, vez ou outra, os rapazes inventavam algumas
brincadeiras para quebrar o que eles consideravam a monotonia.
Certa feita, decidiram eleger, entre os jovens, o mais forte.
Logo se inscreveram três rapazes altos, musculosos. Acostumados ao
trabalho duro, tinham os músculos forjados diariamente.
O povo se reuniu para assistir à disputa. O primeiro jovem se
apresentou, foi até uma árvore e utilizando sua força, a derrubou.
A exclamação foi geral. Como era forte aquele rapaz!
O segundo, contudo, mostrou-se confiante e, sem parecer despender
maior esforço do que o primeiro, derrubou duas árvores.
O povo vibrou. Esse era mais forte!
Mas, o terceiro, sem se deixar abalar pelo que haviam realizado os
dois primeiros, preparou-se e logo havia derrubado três árvores.
Ovação geral. Gritos de exclamação. Torcida para um e para outro.
Então, o juiz escolhido para aquela disputa, um homem cujos anos lhe
haviam conferido sabedoria, pediu silêncio.
Dirigiu-se até uma árvore ainda em pé e quebrou um pequeno ramo.
Depois, postou-se bem no meio da praça e disse:
/Aquele que tomar deste ramo que tenho nas mãos e o conseguir
colocar exatamente de volta ao seu local, de forma que ele continue a
receber a seiva e floresça e frutifique, esse será o mais forte./
E, ante o espanto geral, continuou: /Destruir é muito fácil.
Pode-se derrubar, em minutos, o que outros construíram, ao cabo de
muita perseverança e labor ou o que a natureza levou anos para
formar./
/Isso não significa ser forte. Forte mesmo é aquele que constrói
onde esteja. Porque construir exige esforço, elaboração,
dedicação./
/A semente para se tornar árvore deve vencer a cova escura onde é
colocada, projetando-se para fora, ao mesmo tempo que necessita
alongar as raízes, a fim de ter base firme./
/Após, necessita enfrentar os ventos, a chuva, o granizo, as
alternâncias de temperatura, o sol causticante para espreguiçar-se
e crescer, vestir-se de folhas e frutos./
/É um longo tempo. Mas, como viram, para destruir, bastou a força
concentrada por alguns minutos./
Quando o sábio concluiu a fala, um por um os habitantes da
localidade foram se retirando, cada qual reflexionando sobre a
lição recebida.
* * *
Existem, no mundo, obras beneméritas, erguidas e sustentadas por
devotadas criaturas, anônimas e perseverantes.
Um grande número de homens e mulheres se entrega a fazer o bem,
todos os dias.
São construtores da era nova, do mundo do Terceiro Milênio.
E nós, já nos decidimos a engrossar as fileiras dos construtores ou
ainda nos detemos somente na crítica, que nada edifica e muito
atrapalha?
Pensemos nisso e nos decidamos.
/Redação do Momento Espírita, com base em conto narrado por
Haroldo Dutra Dias./
-- Era uma vila simples, perdida entre as montanhas. Ali não havia
muitas distrações.
A vida seguia seu ritmo entre estudo, trabalho, as questões
domésticas, educação dos filhos. Vidas simples, onde grande parte
da população vivia do trato da Terra.
Talvez por isso, vez ou outra, os rapazes inventavam algumas
brincadeiras para quebrar o que eles consideravam a monotonia.
Certa feita, decidiram eleger, entre os jovens, o mais forte.
Logo se inscreveram três rapazes altos, musculosos. Acostumados ao
trabalho duro, tinham os músculos forjados diariamente.
O povo se reuniu para assistir à disputa. O primeiro jovem se
apresentou, foi até uma árvore e utilizando sua força, a derrubou.
A exclamação foi geral. Como era forte aquele rapaz!
O segundo, contudo, mostrou-se confiante e, sem parecer despender
maior esforço do que o primeiro, derrubou duas árvores.
O povo vibrou. Esse era mais forte!
Mas, o terceiro, sem se deixar abalar pelo que haviam realizado os
dois primeiros, preparou-se e logo havia derrubado três árvores.
Ovação geral. Gritos de exclamação. Torcida para um e para outro.
Então, o juiz escolhido para aquela disputa, um homem cujos anos lhe
haviam conferido sabedoria, pediu silêncio.
Dirigiu-se até uma árvore ainda em pé e quebrou um pequeno ramo.
Depois, postou-se bem no meio da praça e disse:
/Aquele que tomar deste ramo que tenho nas mãos e o conseguir
colocar exatamente de volta ao seu local, de forma que ele continue a
receber a seiva e floresça e frutifique, esse será o mais forte./
E, ante o espanto geral, continuou: /Destruir é muito fácil.
Pode-se derrubar, em minutos, o que outros construíram, ao cabo de
muita perseverança e labor ou o que a natureza levou anos para
formar./
/Isso não significa ser forte. Forte mesmo é aquele que constrói
onde esteja. Porque construir exige esforço, elaboração,
dedicação./
/A semente para se tornar árvore deve vencer a cova escura onde é
colocada, projetando-se para fora, ao mesmo tempo que necessita
alongar as raízes, a fim de ter base firme./
/Após, necessita enfrentar os ventos, a chuva, o granizo, as
alternâncias de temperatura, o sol causticante para espreguiçar-se
e crescer, vestir-se de folhas e frutos./
/É um longo tempo. Mas, como viram, para destruir, bastou a força
concentrada por alguns minutos./
Quando o sábio concluiu a fala, um por um os habitantes da
localidade foram se retirando, cada qual reflexionando sobre a
lição recebida.
* * *
Existem, no mundo, obras beneméritas, erguidas e sustentadas por
devotadas criaturas, anônimas e perseverantes.
Um grande número de homens e mulheres se entrega a fazer o bem,
todos os dias.
São construtores da era nova, do mundo do Terceiro Milênio.
E nós, já nos decidimos a engrossar as fileiras dos construtores ou
ainda nos detemos somente na crítica, que nada edifica e muito
atrapalha?
Pensemos nisso e nos decidamos.
/Redação do Momento Espírita, com base em conto narrado por
Haroldo Dutra Dias./
Ricardo Severino
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