quarta-feira, 25 de abril de 2012

[Momento em casa] - A balsa

A balsa

Na História da Humanidade encontramos acontecimentos que nos levam a
profundas reflexões.
Em 1816, uma fragata francesa encalhou próxima à costa do Marrocos.
Não havia número suficiente de botes salva-vidas. Os restos do navio
foram a única balsa que manteve vivas cento e quarenta e nove
pessoas.
A tempestade as arrastou ao mar aberto por mais de vinte e sete dias
sem rumo.
A dramática experiência dos sobreviventes impressionou a um
artista. Theodoro Gericault realizou um estudo substancial dos
detalhes para produzir a pintura.
Ele entrevistou os sobreviventes, os enfermos e, inclusive, viu os
mortos. Horrorizado, reproduziu a íntima realidade humana nessa
situação.
Seu quadro, intitulado /A balsa de Medusa/, retrata não somente o
naufrágio do navio /A Medusa/, ocorrido no dia dois de julho de
1816, mas um acontecimento que comoveu a França e trouxe
repercussões que tocaram o mais profundo da alma humana.
Na pintura, pode-se ver as diferentes atitudes humanas que se
manifestam nos momentos cruciais da vida.
Alguns dos sobreviventes se apresentam deitados, em total abandono,
sem reação alguma. Parecem simplesmente aguardar a morte
inevitável.
Outros se mostram desesperançados, alheios aos demais. O olhar
distante, perdido no vazio, demonstra que perderam a vontade de viver
e de lutar.
Um punhado deles, no entanto, mantém a esperança acima de tudo.
Tiram do corpo as próprias camisas e as agitam com força, fixando
um ponto no horizonte, como se desejassem ser vistos por alguma
embarcação, por alguém.
O curioso, entretanto, é que embora eles estejam balançando as
vestes brancas, não há nenhum navio à vista. Nada que indique que
eles serão resgatados.
* * *
A balsa é como o planeta Terra. Os tripulantes são a Humanidade e
as atitudes que cada um toma diante da vida.
Podemos ser como os desesperançados, quando atravessamos situações
difíceis e nos decidimos a simplesmente nos entregar sem luta alguma.
Podemos estar enquadrados entre aqueles que acreditam que não há
solução e, assim, também não há porque se esforçar para
melhorar o estado de coisas.
Podemos também ser os que duvidamos de tudo e de todos. Ou,
finalmente, ser aqueles que mantemos a esperança acima de tudo,
esforçando-nos para chegar à vitória, embora ela pareça estar
muito, muito distante.
Afinal, decidir pela vitória em toda circunstância que a vida nos
coloca é atitude de esperança.
* * *
/Quando os problemas se multiplicam no norte da vida e os desafios
ameaçam pelo sul, as dificuldades surgem pelo leste e os perigos se
multiplicam no oeste, a esperança surge e resolve a situação./
/Mensageira de Deus, torna-se companheira predileta da criatura
humana, a serviço do bem./
É a esperança que, ante os quadros da guerra, conclama ao trabalho
e à paz.
Em meio ao inverno rigoroso, inspira coragem e aponta a estação
primaveril que, logo mais explodirá em cor, perfume e beleza.
Nunca se afaste da esperança!

/Redação do Momento Espírita, a partir do texto/ A balsa/, de
autoria

desconhecida e pensamentos do cap. 19 do livro /Perfis

da vida,/ pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de

Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

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Ricardo Severino
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