quinta-feira, 19 de abril de 2012

[Momento em casa] - Contentar-se

Contentar-se

Em sua Epístola aos filipenses, Paulo de Tarso afirmou já ter
aprendido a se contentar com o que tinha.
Trata-se de uma reflexão interessante e muito atual.
A vertigem da posse avassala a maioria das criaturas da Terra.
Homens e mulheres perdem a paz e, muitas vezes, a dignidade, na busca
de riquezas.
Multiplicam suas atividades, para muito além do necessário, a fim
de possuir muitas coisas.
Com tal proceder, deixam de prestar atenção em questões graves da
existência humana.
Para ter mais e mais, abdicam do convívio com amigos e familiares e
se deixam tomar pelo egoísmo.
A vida simples constitui uma condição da felicidade relativa que o
planeta pode oferecer.
Contudo, ela foi esquecida por grande parte dos homens.
A Espiritualidade informa que a esmagadora maioria das súplicas que
partem da Terra não se alça a planos superiores.
Elas não conseguem avançar além de seu acanhado âmbito de origem.
Isso porque os pleitos dirigidos à Divindade costumam conter
estranhos absurdos.
Raras pessoas se contentam com o material recebido para a solução
de suas necessidades.
Raríssimas pedem apenas o pão de cada dia, como símbolo das
aquisições materiais indispensáveis.
O homem incoerente não procura saber se possui /o menos /para a vida
terrena.
Ele costuma andar ansioso pelo /mais/ nas possibilidades
transitórias.
Geralmente, permanece absorvido pelos interesses perecíveis.
Insaciado, inquieto, vive sob o tormento angustioso de desmedida
ambição.
Na corrida louca para o imediatismo, esquece a oportunidade que lhe
pertence.
Desvaloriza e considera pouco o que a Sabedoria Divina lhe depositou
nas mãos.
Olvida que renasceu para se pacificar e tornar virtuoso, e não para
amontoar coisas que deixará ao morrer.
Com isso, atira-se em aventuras de consequências imprevisíveis, em
face de seu futuro infinito.
Quem já entende a finalidade superior da existência terrena,
precisa se esforçar para sair desse círculo vicioso.
De nada adianta gastar todas as energias em questões transitórias,
com esquecimento do objetivo essencial da vida humana.
Cedo ou tarde, a morte de forma simples e clara revela a cada um o
que é de fato importante.
Para não se arrepender amargamente, importa analisar a essência dos
próprios desejos.
Faz sentido arder de cobiça pelo que ficará em suas mãos por
reduzidos instantes?
Não é melhor libertar-se de tanto apego e prestar atenção em
questões mais importantes, como a família, os amigos e as dores que
pode amenizar?
Há muitos séculos, Paulo de Tarso iluminou-se ao aprender a
contentar-se com o que tinha.
Ninguém fará essa lição por você.
Pense nisso.

/Redação do Momento Espírita, com base no cap. 29, do livro

/Caminho, Verdade e Vida,/ pelo Espírito Emmanuel,

 psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb

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Ricardo Severino
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