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From: ROBERTO SERGIO CARNEIRO <rsergio@superig.com.br>
Date: Mon, 11 Jun 2012 12:38:16 -0300
Subject: resenha espirirta - Asilos
To: rsegio39@yahoo.com.br
A Vida Num Asilo
Por quê?
Hoje, após, alguns anos, numa grande Colônia Espiritual, relembrei os
últimos oito anos da minha vida na Terra. Passara em um asilo que minha
filha pg para mim. Era uma grande casa térrea e sempre muito limpa, mas
mesmo assim foram anos penosos. Como todos abrigados em um asilo perdíamos
nossa identidade. Éramos sempre mais um. Tinham os de comer em horas certas
e o que nos ofereciam. Quase sempre sem sabor e pastosa. As atendentes, nem
sempre gentis, tornaram-se donas de nossos vidas. Abriam e fechavam janelas
sem perguntar o que queríamos. Decidiam tudo, até a camisola que tínhamos
de vestir. Tomar banho tinha de ser sentada em uma cadeira mesmo que não
fosse preciso. Elas riam e conversavam entre si como se não existíssemos.
Suportar o desconforto de ser interrompidos quando estávamos dormindo para
tomar um remédio que nos davam e que não sabíamos nem o que era e nem para
que. Tudo isso nos dava um terrível sensação de desconforto, sem contar o
cheiro quase permanente das fraldas geriátricas que eram colocadas em um
enorme cesto e removidas uma vez por dia. Vivíamos todos juntos e ao mesmo
tempo sós com nossos pensamentos, recordações, saudades e perdas. As
funcionarias estavam sempre atentas a qualquer gesto que pudesse ser
associado a suicídio. Todos ali, mesmo os que tinham alguma fé religiosa,
pelo menos um vez já sentiram o desejo de se matarem para sair da situação.
Visitas de parentes não eram frequentes. No meu caso tinha apenas uma filha
que morava no exterior e mandava dinheiro para uma sobrinha que pg. O asilo
e me visitava uma vez por mês. Visitas que demoravam entre 20 e 30 minutos.
Nuca tinha assunto. Reclamar eu desisti porque quando fazia ela se sentia
incomodada e impaciente. Sempre dizia que não havia outro meio e que perto
da maioria dos velhos do BR eu tinha o privilegio de viver em uma
instituição paga e de reconhecida como a melhor da região. Porque tudo isso
após uma vida na qual não poupara amor e dedicação à família?
Hoje sei que num passado distante fui uma carcereira em uma prisão de
mulheres. Embora fosse um trabalho digno e como qualquer outro, eu nunca
sequer movera uma palha para confortar ou tratar bem qualquer presa. Nem
ouvi-las em suas lamentações fui capaz, embora não tenha abusado da
condição de nem uma delas. Agora resgatei esta faze de muito desamor e
desconsideração a pessoas que enfrentaram o a dureza e o desamor do coração
humano e da solidão de uma prisão onde esta sempre presente o desprezo da
sociedade. Que acentua o estado de delinquência e ódio aliado à sede de
vingança. Tudo isso só me foi possível reconhecer e aprender agora o que me
tornou uma pessoa melhor.
Inspirado e baseado na leitura do livro "Amor ao Entardecer" de Claudia
Marum/Espirito de Rodolpho – Editora Aliança. E mail do autor:
rsergio39@yahoo.com.br
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